5 de novembro de 2018

Wrap Up Semanal

Brasil

Sergio Moro aceita o pedido de Bolsonaro e será o Ministro da Justiça

O juiz federal Sergio Moro, aceitou o pedido do recém eleito presidente. Moro comandará o ministério da Justiça, e segundo Bolsonaro, terá liberdade total para operar um amplo governo e planejamento de combate a corrupção e ao crime organizado.

O responsável pela Lava Jato já era desejado por Bolsonaro desde sua campanha eleitoral, contudo o pedido oficial só veio acontecer na última quinta-feira, quando o juiz se reuniu pessoalmente na casa do novo presidente, no Rio de Janeiro.

Moro é o quinto ministro confirmado para o governo de Bolsonaro, além dele já foram anunciados:

Paulo Guedes, ministro da Fazenda;
General Augusto Heleno, ministro da Defesa;
Onyx Lorenzoni, ministro da Casa Civil;
Marcos Pontes, ministro da Ciência e Tecnologia.

Taxa SELIC é mantida 6,5% ao ano pelo COPOM

Pela segunda vez no ano, a taxa Selic é mantida no valor de 6,50% ao ano. O anúncio foi feito na última quinta-feira (31) quando o comitê seguiu o que o mercado esperava e manteve a taxa inalterada.

Havia uma inédita ansiedade para este anúncio, há muito tempo não havia uma predefinição clara quanto a decisão do comitê de política monetária. A grande dúvida era se o COPOM alteraria a taxa em uma tentativa de usar a SELIC para controlar o dólar. A decisão de Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central, foi comemorada pela maioria dos economistas, que defendem a separação da política monetária da cambial.

Apesar da não alteração, a expectativa é que o BACEN mantenha a possibilidade aberta para um aumento da taxa de juros do país, caso a economia não dê indícios de melhora.

Reforma da previdência que economizará 1,3 tri está nas mãos de Bolsonaro

Um dos pontos mais cardeais para o novo governo do Brasil é a reforma da previdência. O candidato eleito teve grande euforia do mercado justamente por ser um pró reformista, porém mesmo após sua eleição ainda existe muita especulação de como e se reforma será feita de fato.

Em meio a todas estas discussões, a equipe econômica da Bolsonaro recebeu a proposta do economista, ex-presidente do BACEN, Armínio Fraga. O texto planeja uma economia de 1,27 trilhão, em um período de dez anos. Resumidamente, se baseia em uma definição de idade mínima, um processo de transição mais eficiente do que a de Michel Temer, e a aplicação de um regime de capitalização. Nem Bolsonaro e nem Paulo Guedes decidiram se irão apoiar a proposta recebida.

Internacional

Receitas de serviços de plataformas on-line sofrerão taxas no Reino Unido

O ministro britânico de finanças Philip Hammond declarou, no discurso orçamentário anual, a necessidade de cobrar impostos de grandes plataformas on-line instaladas no Reino Unido. Philip informou que o imposto deve ser cobrado a partir de 2020 sobre grandes empresas e não startups. A ideia inicial seria de taxar 2% do lucro obtido.

Após sua fala, as ações de grandes empresas de tecnologia como Amazon, Facebook, Netflix, Apple e Google caíram na bolsa de Nova York.

Segundo o ministro, não é justo que essas empresas de serviços on-line gerem um lucro tão alto e não paguem impostos. Segundo cálculos do tesouro britânico, esta medida irá arrecadar cerca de 400 milhões de libras.

Porém, alguns países do Reino Unido, que são contra a nova cobrança de impostos, acreditam que este tipo de medida irá prejudicar a inovação.

OMC sofre ameaça dos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou durante essa semana abandonar a OMC, o que levaria o órgão à um risco existencial. Esta ameaça foi feita após alguns países participantes solicitarem comitês de investigação das sobretaxas de importação de aço e alumínio impostas pelos Estados Unidos.

O presidente americano disse que não há motivos para continuar com os comitês de investigação, uma vez que as novas tarifas impostas são medidas para conter a segurança nacional e por isso não devem ser discutidas e nem questionadas. Segundo ele, estas taxas irão conter a segurança nacional pois a China está consumindo grande parte da produção de aço e alumínio, utilizando estes recursos no setor militar e, consequentemente, ameaçando a segurança global.

Principais índices financeiros

Bolsa

Após avançar cerca de 10% no mês passado, o Ibovespa iniciou novembro em grande pico de crescimento, e deu sinais que ainda tem espaço para buscar maiores números neste cenário pós eleições. Com o desempenho do primeiro dia do mês, o índice renovou sua máxima intradiária e de fechamento.

A ultima quinta-feira (1), em seu melhor momento o Ibovespa atingiu  89.017 pontos ao longo da tarde, porém, com uma leve queda, fechou em 88.419, ainda assim representando uma alta de 1,14%.

As ações do Bradesco foram o destaque do dia, devido a divulgação do balanço mais positivo que o esperado, as ações PN subiram 5,71%, enquanto as ON, 5,26%. Também no setor bancário, Itaú PN subiu 1,43%, e o Banco do Brasil ON avançou 1,47%.

As próximas semanas serão bem agitadas, levando em consideração as nomeações para a equipe econômica de Bolsonaro, bem como diversos balanços a serem divulgados, em especial o da Petrobrás.

Dólar

O dólar iniciou o mês em queda, muito em função dos alívios na negociação comercial entre Estados Unidos e China, bem como indicadores positivos vindos da economia chinesa, permitiram nos últimos dias um maior apetite ao risco entre os investidores.

Na ultima quinta-feira (1), o dólar teve queda de 0,76%, para R$3,6803. Em relação ao novo governo brasileiro, há basicamente dois pontos de expectativa em relação aos seus anúncios: como será a reforma da previdência, e qual será a equipe econômica no governo de Bolsonaro.

De acordo com a velocidade da tramitação das reformas, bem como com a apresentação de bons nomes para os ministérios, principalmente para o posto de presidente do Banco Central, o mercado irá reagir positivamente, abrindo espaço para uma maior apreciação do real ante o dólar.

 

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