22 de março de 2018
“Never fight the FED”
Comportamento dos ativos diante da medida do FED
Tempo de leitura: 4 minutos.
O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, anunciou nessa quarta-feira (21) a decisão do Fed de elevar a taxa básica de juros americanos em 0,25%. Em um resultado unânime (8 votos), a meta da taxa de juros passará para o intervalo entre 1,5% e 1,75%.
A grande preocupação dos investidores paira sobre a seguinte questão: “Como utilizo essa decisão para ajustar e melhorar a alocação do meu portfólio de investimentos? ”. A resposta é mais simples do que parece e vamos discorrer alguns pontos importantes sobre a decisão anunciada por Powell.
A regra de ouro do mercado financeiro tem sido expressada em uma frase de grande valia para o investidor comum, “Never Fight the Fed”, em uma tradução literal, “Nunca lute contra o Fed (Banco Central) ”. Em uma alusão direta ao poderio de influência no mercado determinado pelas decisões do Federal Reserve, a frase acima diz muito sobre os prováveis impactos que a decisão de subida da taxa de juros nos EUA, assim como o que o Banco Central americano tem projetado para a economia do país.
O mercado já vinha precificando três altas de juros nos EUA para 2018, expectativa que foi ressaltada no discurso de Powell. A alta dos juros em uma moeda de referência mundial aumenta a atratividade dos títulos considerados “sem risco” (Risk-free), nesse contexto, os títulos emitidos pelo Tesouro americano. Ao contrário do que vem ocorrendo no Brasil, queda da taxa básica de juros e investidores migrando para investimentos de maior risco em busca de rentabilidade, a alta de juros nos EUA faz com que a atratividade da renda fixa aumente reduzindo o apetite dos investidores por ativos de risco (Exemplo, empresas listadas na Bolsa).
A grande diferença para o cenário brasileiro está na proporção dos impactos causados pelas decisões monetárias nos Estados Unidos. Os títulos americanos são utilizados para investimentos em todo o mundo e a dolarização de retornos é analisada em tempo real pelos principais players globais de investimento.
O mercado financeiro tem seus preços ajustados por expectativas futuras. Tudo aquilo que já ocorreu serve apenas para análises, a composição dos preços atuais está associada as expectativas de retornos futuros dado um certo nível de certeza, ou melhor definindo, risco. Partindo do pressuposto que os títulos do Tesouro americano não oferecem risco de inadimplência, um investimento sem risco, hoje, passará a remunerar mais o capital do investidor. Ou seja, um ativo de maior risco ou sobe o padrão de remuneração ou “se torna menos atrativo”.
Conectando os pontos citados nos parágrafos anteriores, uma expectativa não precificada de aumento nas taxas de juros dos Estados Unidos, pode influenciar de maneira substancial a atratividade das ações de empresas listadas no país, e no mundo, consequentemente afetando seus preços.
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