18 de novembro de 2019
Wrap Up Semanal
Brasil
Saída de Bolsonaro do PSL e criação do Aliança pelo Brasil
Após o atrito entre Luciano Bivar e o presidente da república se acirrar nos últimos dias, uma nova medida foi tomada por Bolsonaro, que anunciou sua saída do atual partido PSL para a criação de um novo, chamado Aliança pelo Brasil. Bolsonaro espera levar com ele políticos aliados e descontentes com a atual gestão do PSL , além de prometer disputar o fundo partidário e tempo de televisão.
Para a criação do novo partido, Bolsonaro deve reunir 500 mil assinaturas e entregá-las até março para o TSE. Não há garantias sobre a divisão do fundo partidário, que foi uma conquista atrelada a figura do presidente da república nas eleições passadas.
A medida tomada pelo presidente tem sido acompanhada de críticas sobre a possível utilização da máquina pública e de seu atual cargo para a criação do novo partido de forma rápida para que possa disputar as próximas eleições.
Dados sigilosos de até 600 mil pessoas são entregues à Toffoli
Os relatórios financeiros produzidos pelo antigo órgão COAF foram passados ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli. O Banco Central entregou os dados financeiros, antes sigilosos, de mais de 600 mil pessoas ao presidente.
O pedido havia sido feito pelo próprio Toffoli, meses após o mesmo ter instaurado uma medida que paralisava todas as investigações feitas a partir de dados obtidos dos RIFs (relatórios de inteligência financeira do Coaf). Tal medida, grandemente polêmica, havia sido trazida através de um pedido do filho do presidente Jair Bolsonaro.
A polêmica quanto ao assunto continua presente, criando instabilidade no governo, principalmente por existirem possivelmente arquivos a respeito de membros da família do presidente Bolsonaro.
US$100 bilhões são postos à disposição do Brasil através de fundos Chineses
Uma nova rodada de investimentos no Brasil pela China foi iniciada, através dos 100 bilhões de dólares colocados em fundos estatais.
Os bancos chineses no Brasil também receberão incentivos, tendo suas linhas de crédito aumentada, a fim de competir com membros do agronegócio e da indústria, e também os projetos de infraestrutura, com investidas de fundos de investimentos.
A parceria, assim que o governo chinês receber a resposta positiva do Brasil, seria iniciada com US$ 15 bilhões por parte da China, e US$ 5 bilhões brasileiros.
Os investimentos chineses foram principalmente fortes na área de energia, tendo 12 projetos apenas em 2018, contabilizando mais de US$ 1,7 bilhão.
A relação do governo chinês com o brasileiro, após conflitos durante o apoio do Brasil ao presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a engatar após uma visita de Bolsonaro à China, pois ambos acreditam que poderiam se beneficiar de acordos no futuro, que parece próximo.
Internacional
EUA e China avançam com acordo comercial
Após meses de guerra comercial, as duas potências parecem caminhas para um acordo. EUA e China travavam uma forte disputa, que se iniciou com a proposta de tarifação de produtos importados da China apresentada por Trump. O impasse avançou ao ponto de Xi Jinping aprovar uma medida parecida contra dumping americano.
Porém, agora ambos os líderes avançam em direção a resolução sobre importações. Do lado americano, as tarifas sobre importações chinesas serão adiadas, enquanto do lado chinês, haverá aquisição de US$40 a US$50 bilhões em produtos agrícolas. O acordo ainda passará por mais fases de negociação.
Israel anuncia cessar fogo na faixa de gaza
O Exército de Israel encerrou sua participação no confronto com jihadistas na faixa de gaza. A troca de mísseis entre o país e a Palestina se iniciou após Israel realizar um ataque que resultou na morte de um comandante palestino. Cerca de 350 mil mísseis foram disparados pela Palestina. O cessar fogo foi confirmado entre os países após a troca de mísseis.
Apesar de constantes, os confrontos não constaram na pauta da reunião do BRICS. O Brasil, mais próximo de Israel, apesar de alegar que a pauta da reunião são questões internacionais, não incluiu a questão de Jerusalém em seu discurso.
Principais índices financeiros
Bolsa
No fechamento da semana, o Ibovespa registrou baixa de 1%, encerrando a quinta-feira aos 106.556 pontos.
Apesar de ter apresentado alta no último dia útil da semana, com dados positivos da economia brasileira e boas notícias em relação a guerra comercial entre Estados Unidos e China, não foi suficiente para reverter a baixa dos primeiros dias, decorrente de conflitos políticos não só no Brasil, como na América Latina e a declaração do presidente Donald Trump, com viés que não era o esperado pelo mercado.
Ainda estamos na temporada de divulgação de balanços do terceiro trimestre, e entre os destaques dos balanços divulgados nesta semana está a Via Varejo (VVAR3), que encerrou a semana com suas ações cotadas a R$ 7,60.
Os números mostraram prejuízo operacional líquido de R$ 383 milhões, bem acima do registrado no mesmo período de 2018. O EBITDA e a receita líquida também sofreram retração na comparação com o ano passado, enquanto o lucro bruto operacional e a margem bruta aumentaram. Apesar dos fracos resultados, as ações da empresa registraram alta no pregão da quinta-feira. Analistas dizem que a companhia mostrou indícios de melhora operacional e veem isso como os primeiros atos da nova administração.
Dólar
O dólar comercial encerrou a semana cotado a R$ 4,19, uma alta de 0,60%.
O grande destaque da semana foi a desvalorização do peso chileno, que chegou a cair cerca de 1% na semana, afetando o câmbio em relação ao dólar de outros países emergentes. O Banco Central do país já anunciou intervenção no câmbio e espera-se que a situação decorrente de disputas políticas seja amenizada.
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