21 de maio de 2018

Wrap Up Semanal

Brasil

Mudança na rota dos juros provoca perdas e confunde investidor

Depois de sinalizar que reduziria a taxa de juros pelo menos mais uma vez, o Copom decidiu manter a Selic inalterada, em 6,5% ao ano. A decisão comprometeu a efetividade da comunicação do Banco Central, provocou a corrida dos investidores para ajustar suas posições de curto prazo e deixou analistas sem orientações sobre os próximos passos.

O mercado de juros negociado em bolsa, com prazos mais curtos, tiveram no dia da decisão seu maior abalo desde a delação da JBS contra o presidente Michel Temer, há um ano atrás. O volume de operações alcançou a marca dos 6 milhões, perto do recorde e concentrado no curto prazo.

Na opinião de operadores do mercado, o Copom deixou claro que manteve a taxa em 6,5% por estar preocupado com o cenário externo, marcado por forte volatilidade, valorização do dólar e saída de capital dos emergentes, com forte desvalorização de suas moedas.

Manter o juros altos seria uma forma de evitar que o diferencial de taxas entre EUA e Brasil implique numa possível saída de investidores do país.

Ex-ministro José Dirceu se entrega a Polícia Federal em Brasília

Na última sexta feira (18), data limite para se entregar, José Dirceu deixou o prédio onde estava e se entregou as autoridades. O ex-ministro saiu dentro de um carro prateado, no banco de trás com o rosto coberto por um pano, para não ser fotografado. Passou então pelo Instituto Medico Legal (IML), e depois foi conduzido para o Complexo Penitenciário da Papuda.

O motivo da prisão foi devido a acusação do Ministério Publico de ter recebido R$ 12 milhões em propina da empreiteira Engevix, por meio de contratos superfaturados com a diretoria de serviços da Petrobras.

Internacional

China diz não a redução proposta pelos EUA

Depois de dois dias de reunião em Washington, os EUA e a China não chegaram em um acordo sobre o déficit comercial proposto por representantes do país americano. A proposta era para que a China reduzisse em US$ 200 bilhões o déficit entre os países. Hoje em dia, este número está na casa de US$ 350 bilhões.

Ambos, porém, concordaram em aumentar as importações dos EUA à China, principalmente no que tange as áreas de agricultura e energia. O aumento das importações nos setores de manufatura e serviços também está em pauta para um futuro próximo.

Transferências das embaixadas em Israel causam polêmica

Após a inauguração da embaixada dos EUA em Jerusalém na última segunda feira, dia 14, foi a vez do Paraguai afirmar que também mudará a sede de sua embaixada para a cidade.

Em dezembro de 2017, o presidente dos EUA, Donald Trump, reconheceu Jerusalém como capital de Israel, na contra-mão das recomendações da ONU, que em 1980 pediu que todos os países retirassem suas representações de Jerusalém. O movimento de transferência das sedes foi palco de protestos na faixa de Gaza.

Principais índices financeiros

Bolsa

Na última sexta-feira (18/05), o índice Ibovespa encerrou o pregão registrando 83.082 pontos, representando uma desvalorização de 0,65% no dia. No acumulado da semana, a desvalorização foi ainda maior, registrando uma queda de 2,51%. Ainda assim, a variação do índice, desde o início deste ano, é positiva, acumulando 8,76 pontos percentuais.

A maior queda registrada foi da Sabesp, que recuou 4,46%. Outra empresa que encerrou a semana em queda foi a Raia Drogasil , com uma queda de 4,32%. A Magazine Luiza também teve queda de 3,90%.

A Suzano foi a empresa que teve maior valorização de suas ações, cerca de 3,98%. Outras empresas que tiveram destaque positivo foram a Cyrella, com aumento de 3,48% por ação, e a Ultrapar com aumento de 2,75% por ação.

Após a divulgação dos resultados deste primeiro trimestre, o destaque foi das empresas do setor financeiro (Bancos e Seguradoras) que registraram lucro 12,7% maior que o mesmo período no ano passado.

Dólar

Na sexta feira (18/05) a moeda americana foi cotada em R$ 3,74, sexto dia consecutivo de alta, chegando ao seu maior nível de valorização desde março de 2016. Também foi a quarta semana consecutiva de apreciação do dólar, registrando aumento de 3,86% em relação a semana passada.

Muito em função da valorização do dólar, o CDS (Credit Default Swap) aumentou em 4,36%, atribuindo ao Brasil, o maior nível de risco de investimento, desde setembro de 2017. O Brasil foi o quarto país emergente que mais teve seu risco acrescido pelo CDS.

Desde que o dólar começou sua ascensão em detrimento ao real, o Banco Central passou a operar em favor dos empresários e investidores, oferecendo novos contratos de swaps cambiais, buscando maior proteção contra a variação cambial. Porém, pela valorização do dólar desta semana, dúvidas quanto à efetividade desta política fundamentaram discordâncias quanto a política adotada pelo Copom, de manter a taxa de juros da economia em 6,5% ao ano.

A valorização do dólar somado às incertezas provenientes do cenário político do país fez com que investidores, de uma forma geral, mantivessem posições mais defensivas, desta forma, houve uma frustração de expectativa do mercado para esta semana que se passou.

 

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