22 de julho de 2019
Wrap Up Semanal
Líder do governo estima que a reforma será aprovada em 45 dias
Fernando Bezerra Coelho, líder do governo no Senado, projeta que a reforma da previdência será aprovada no prazo de no máximo 45 dias. Além disso, para contagem interna a Casa projeta 54 votos dos 60 possíveis, sendo que para ser aprovada são necessários 49 votos a favor.
Junto a isto, Paulo Guedes e o secretário da Receita, Marcos Cintra, se manifestaram sobre os projetos e pautas econômicas futuras do governo, falando também sobre o projeto em prol da reforma tributária, que deve ser enviado até o fim do mês.
O texto deve prever a criação de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) fundindo impostos federais como IPI, IOF, PIS e Cofins. Em suma, a principal ação da reforma tributária é compactar grande parte dos impostos em um único. Existe também no texto a proposta para criação de novas tributações.
O presidente da comissão especial da Câmara, que discute a reforma tributária, verbalizou a resistência da volta que qualquer tributo que se assemelhe à extinta CPMF.
Governo estuda liberação de FGTS com isenção de imposto, mas Bolsonaro nega
O ministério da Economia irá liberar o saque dos recursos do FGTS, fundo destinado a empregados demitidos sem justa causa. Paulo Guedes e sua equipe seguem estudando o formato e o montante da liberação dos recursos. Estima-se que o valor total disponível será de R$ 30 bilhões.
Uma das pautas discutidas sobre como este crédito será disponibilizado é a respeito da tributação: estuda-se a possibilidade de obter a isenção da multa incidente no saque disponível à pessoa física, porém, esta medida parece distante após a manifestação de Bolsonaro sobre o tópico.
Em entrevista, o presidente disse no último sábado (20) que não vai propor o fim da multa de 40%: “Em nenhum momento vocês vão me ouvir falando de acabar com multa de 40% FGTS”. Acrescentou também que o principalmente fator para não cancelamento da multa é a frequência da demissão por justa causa. Segundo ele, “Dificilmente, você dá demissão por justa causa. Mesmo dando, o cara entra com ação contra você. Dificilmente se ganha ação nesse sentido. Os patrões pagam”, disse.
Intenção de consumo das famílias cai em 1,7% em junho
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), recuou 1,7% na passagem de junho para julho deste ano. A taxa é calculada através de uma escala de pontos que vai de zero a 200 pontos, sendo que quanto maior o número, maior a intenção. Para o mês, o indicar chegou a 89,8 pontos, resultando na quinta queda consecutiva.
Todos os componentes do ICF (sete ao todo) tiveram queda, sendo que os indicadores chamados de perspectiva de consumo (3,2%) e momento considerado adequado para a compra de bens duráveis (3,8%) tiveram as quedas mais acentuadas.
Este indicador tem grande relevância na economia, pois revela como a sociedade enxerga o status da economia. Apesar deste governo apresentar pautas pró-desenvolvimento, estas ainda não tiveram impacto na confiança para o consumo dos brasileiros.
No entanto, o resultado é positivo quando analisado em comparação com as condições econômicas do ano passado. Em relação ao mesmo período de 2018, houve alta de 5,5% no indicador.
Ex-presidente do Peru é preso por suspeita de envolvimento com a Odebrecht
O ex-presidente peruano, Alejandro Toledo, é preso nos Estado Unidos, após ser acusado de estar envolvido com o escândalo que revelou o acordo de leniência Odebrecht – Braskem. No acordo a construtora brasileira afirmou o pagamento de propina para autoridades peruanas. Dentre as autoridades envolvidas, Toledo representa o quarto ex governante a receber um mandato por acusação.
Toledo pode ter recebido aproximadamente US$20 milhões. No Peru, o caso “Ecoveta”, como é chamado, representa tanto a investigação do ex-presidente por receber um montante de aproximadamente R$ 75 milhões, como também do processo conseguinte de lavagem de dinheiro. Por conta disso, tanto Toledo, quanto sua esposa, Eliane Karp, foram presos em sua residência na Califórnia. Autoridades americanas realizarão a primeira audiência com o casal, que está em processo de extradição para o Peru.
Rússia e Bolívia fecham acordo em prol da energia nuclear
Putin se encontra com Evo Morales para discutir projeto nuclear. Diversos acordos de natureza bilateral foram discutidos e aprovados em uma reunião entre ambos os presidentes. O principal ponto aprovado é a construção de uma usina nuclear a 4 mil metros do nível do mar próximo a La Paz, em El Alto.
O objetivo de Putin é desenvolver um plano de utilização nuclear completo. O consumo de energia não é o único foco da aliança nuclear entre Rússia e Bolívia, o projeto foca em criar autonomia do país latino americano para realizar pesquisas em prol da medicina e agricultura. O complexo em construção será setorizado para atender a cada um destes propósitos.
Bolsa
Essa semana o assunto destaque foi o anúncio do governo a respeito da nova rodada de liberação para saque dos recursos do FGTS e PIS/Pasep, medida que aqueceria a economia e principalmente o consumo no curtíssimo prazo. Apesar disto, a bolsa não apresentou picos e teve pouca volatilidade durante toda semana. O Ibovespa fechou na sexta-feira, dia 19, com queda de 0,44% aos 103.451,90 pontos.
O adiamento da votação no segundo turno para depois do recesso parlamentar tem acalmado os ânimos dos investidores e o destaque da semana ficou para as ações da VVAR3 (+ 9,68%) que além de ser beneficiada pela possibilidade da injeção de recursos provenientes das contas do FGTS, anunciou contratação de executivos de mercado focados em e-commerce.
Na ponta negativa, as ações da Cielo (CIEL3) tiveram queda de 8,55% na semana. O resultado foi fruto da baixa expectativa do mercado em relação aos números financeiros do primeiro semestre que serão divulgados nos próximos dia. No ano, a desvalorização dos papéis da companhia já alcança 30,63%.
Dólar
Assim com na bolsa, o recesso do congresso e expectativa do mercado com o segundo turno da votação da reforma da previdência no próximo mês tem deixado o câmbio estável. Na semana, o dólar teve leve valorização de 0,04%, fechando a semana em R$ 3,7446.
Além do cenário interno, o que dita agora a direção do dólar é a expectativa de corte de 0,5 pontos percentuais da taxa de juros americana, movimento que ficou claro após comentários do presidente do Fed de NY fazerem com que a moeda americana se desvalorizasse momentaneamente de quinta para sexta-feira.
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